Perturbação de Personalidade Bipolar: Sintomas e Intervenção
- Psikika
- 1 de out.
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Nos últimos anos temos assistido a uma banalização daquilo que é a doença mental e a desvalorização do que são os seus verdadeiros impactos na vida sujeito assim com a implicação no seu bem estar fisico, psicológico e emocional.
A Bipolaridade é uma perturbação psiquiátrica grave que se caracteriza por variações acentuadas no humor, geralmente, manifesta-se por períodos de elevação do humor e aumento da energia e da atividade (mania ou hipomania) alternando com fases depressivas, de diminuição da energia e da atividade.
A doença bipolar é diferente das normais flutuações nas emoções e humor que ocorrem ao longo do tempo. Os sintomas são mais graves, prejudicam o relacionamento interpessoal, o desempenho escolar e laboral, podem em alguns casos conduzir ao suicídio. É uma patologia cuja intervenção é eficaz, permitindo longevidade normal assim como a adequação dos níveis de produtividade do sujeito.
Os episódios bipolares podem ser graves, moderados ou leves e apresentam um impacto importante ao nível das sensações, emoções, ideias e comportamentos da pessoa afetada, com perda significativa de qualidade de vida e de autonomia. As flutuações de humor, de energia e de níveis de atividade interferem com todas as tarefas quotidianas, limitando o sujeito.
A maioria dos sintomas manifesta-se antes dos 25 anos de idade, sendo frequente durante o período da adolescência e início da vida adulta.
As causas da doença bipolar estão ainda a ser estudadas, contudo destaca-se a influencia de fatores genéticos (familiar direto com perturbação bipolar acresce o risco de desenvolvimento de doença), neuroquímicos (substâncias produzidas a nível cerebral que facilitam o normal funcionamento); hormonais; neuroanatómicos (alterações de estruturas cerebrais) e psicossociais (como acontecimentos de vida geradores de stress).
No que se refere ao diagnóstico prevê-se que o mesmo seja realizado por um psiquiatra, que deve basear-se na recolha minuciosa da história clínica do paciente, com realização de exames complementares de diagnóstico importantes para excluir outras patologias. Segundo diversos autores, o paciente tende a procurar ajuda mais facilmente num momento depressivo do que num episódio maníaco.
A Perturbação Bipolar pode caracterizar-se por dois tipos:
Tipo I-
“a existência de um episódio maníaco, ou seja, um período distinto de humor anormal ou persistentemente elevado, expansivo ou irritável e uma atividade ou energia dirigida a objetivos, anormal e persistentemente aumentada, com duração de, pelo menos, uma semana e presente na maior parte do dia, quase todos os dias, ou qualquer duração se for necessária a hospitalização”;
Tipo II -
"verifica-se a presença de pelo menos, um episódio hipomaníaco e um episódio depressivo major. Este último tem de persistir durante o período de pelo menos duas semanas"
Principais sintomas mediante o tipo de perturbação:
Tipo I
Autoestima aumentada ou grandiosidade;
Diminuição da necessidade de dormir;
Fuga de ideias ou experiência subjetiva de aceleração do pensamento;
Distratibilidade relatada ou observada;
Agitação psicomotora;
Envolvimento excessivo em atividades de risco
Tipo II
Os sintomas de depressão major ocorrem na maioria dos dias e incluem:
Humor depressivo a maior parte do dia
Diminuição do interesse ou prazer em todas, ou quase todas, as atividades, durante a maior parte do dia
Perda de peso, quando não está a fazer dieta, ou aumento de peso significativo;
Insónia ou hipersónia
Agitação ou lentificação psicomotoras
Fadiga ou perda de energia
Sentimentos de desvalorização ou culpa excessiva ou inapropriada
Diminuição da capacidade de pensar ou concentrar-se
Pensamentos recorrentes acerca da morte, incluindo-se ideação suicida.

No que se refere ao tratamento, para que seja possível haver uma estabilização do quadro clínico é geralmente aconselhado o recurso a terapia farmacológica devida prescrita pelo psiquiatra, sendo esta adaptada a fase em que o doente se encontra. Geralmente durante os episódios de mania/hipomania recorre-se a antipsicóticos, ansiolíticos e hipnóticos dentro dos sedativos, pode também recorrer-se a outros medicamentos como lítio e anticonvulsivos como tratamento preventivo. Durante o episódio depressivo, recorre-se geralmente a antidepressivos, sedativos ansiolíticos e hipnóticos como forma de redução da sintomatologia apresentada.

Além do tratamento farmacológico é recomendada a psicoterapia em momentos que o sujeito esteja estabilizado. Adicionalmente a inclusão em grupos terapêuticos parece ser uma das mais eficazes segundo a literatura, uma vez que, pelos comportamentos exibidos estes indivíduos acabam por ver afetadas diversas áreas da sua vida nomeadamente a laboral e relacional.
Assim, torna-se imprescindível a criação de uma rede de apoio que permita, não só estabelecer novas relações, como criar um ambiente empático e de compreensão para com a experiência vivenciada, ao mesmo tempo que se potencia um aumento de capacitação pessoal e consciência do que é a perturbação mental, apostando no desenvolvimento de estratégias a incluir no seu dia a dia, de modo a atingir um bem-estar geral .
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