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As Amizades e a Sua importância - Uma perspetiva de desenvolvimento

Se é pai/mãe/cuidador de uma criança certamente já se deparou com diversos dilemas ao longo do seu desenvolvimento, nomeadamente os problemas com os “coleguinhas da escola”.  Como sabemos, as amizade e relações entre pares são de extrema importância para o desenvolvimento saudável de uma criança e, em situações em que existem algumas dificuldades sociais, podemos denotar problemas ao nível do seu bem-estar geral e da autoestima. É sobre estes desafios que vamos refletir ao longo deste texto.

Primeiramente falemos da importância da amizade na infância. Ao longo dos tempos, tem vindo a ser compreendido por diversos autores que, ao desenvolver amizades bem sucedidas a criança desenvolve competências sociais e sentimento de pertença ao grupo promovendo a empatia e capacidade de perspectivar o ponto de vista do outro que, a longo prazo, terá impacto no seu ajustamento social e emocional, sobretudo no desenvolvimento da competência da empatia. Os estudos revelaram que os problemas entre pares, nomeadamente rejeição e isolamento social estão associados à exibição de problemas de comportamento e eventualmente ao desenvolvimento de questões de saúde mental na adolescência e idade adulta.


A reflexão que nos surge é a de que sabemos os efeitos a longo prazo que o estabelecimento ou não de relações entre pares tem, mas como sabemos o que fazer para evitar estes resultados? É certo que não podemos obrigar as crianças a gostar e brincar umas com as outras, mas podemos promover o desenvolvimento de competências sociais, compreensão de limites e fomentar a resolução de problemas com os nossos filhos/crianças.


Então, sendo assim, porque é que há crianças que tem facilidade em fazer amigos e outras nas quais é necessário auxiliar?


A resposta é simples e reside no temperamento da criança. Se a criança tem um temperamento mais difícil vai ter maior dificuldade não só em estabelecer amizades como em mantê-las. Exemplos disto, são eventuais dificuldades em controlar os impulsos, fazendo com que não consigam esperar pela sua vez,  não se consigam colocar no lugar do outro e consequentemente não consigam considerar outra perspetiva, fazendo com que as competências para brincar e estar em relação possam estar mais vulneráveis. Contudo não é só a componente de impulsividade/agressividade que está associada a dificuldades relacionais, a timidez/ inibição, a dificuldade em estabelecer uma conversa com o outro está também associado a uma maior rejeição pelos pares e, por sua vez, à dificuldade em integrar o grupo.


Neste sentido o que podem os pais fazer? Segundo aponta a teoria, “o primeiro passo para apoiar as interações sociais positivas do seu filho é ensinar e praticar essas competências em casa”. Sabemos que ensinar competências sociais pode ser desafiante na medida em que não está presente nos momentos de interação social entre pares da criança, contudo pode auxiliar ("treinar") em casa para que a criança possam ir experimentando e adquirido comportamentos e formas de interação adequadas de modo a conseguir generalizar e utilizar essas competências noutros contextos. 


Sobretudo quando falamos de crianças mais pequenas é importante que a mesma aprenda a iniciar uma interação com outras crianças ou em grupo. Algumas terão alguma inibição e timidez e receiam a aproximação do grupo, outras ficam tão entusiasmadas que impulsivamente se podem impor de forma desadequada. Independente do tipo de abordagem, qualquer uma destas crianças necessita de aprender a aproximar-se do grupo e pedir para participar. Os adultos surgem como o guia essencial, o recurso ao brincar como sendo a dramatização ou ao uso de fantoches, podem surgir como ferramentas adequadas de treino de competências sociais, uma vez que a criança através do brincar experiência situações.


Paralelamente, assume-se como essencial reforçar e incentivar todas as crianças por brincar de forma adequada e amigável, contudo é necessário dar suporte e atenção extra com crianças que apresentam dificuldades. É sobretudo nestes casos que é preciso reforçar competências de cooperação e reciprocidade essenciais para as atividades entre pares.



Ao brincar com os seus filhos diariamente, modela e estimula competências sociais que vão permitir um melhor ajustamento futuro. Pode promover aprendizagens de brincadeira estabelecendo uma rotina diária com recurso a brinquedos não estruturados (legos, materiais de desenho, plasticina, fantoches, etc) que apelam à cooperação. Durante esses momentos modele o comportamento, ensine a pedir, a jogar à vez, a partilhar, a esperar pelo momento mais oportuno, a cumprimentar o outro e, sempre que a criança desempenhar o comportamento de forma adequada, elogie e incentive a sua manutenção. Todas estas estratégias auxiliam no momento quer das competências sociais quer no desenvolvimento das competências pessoais, por exemplo ao nível da autorregulação.


Quando falamos de crianças mais velhas (idade escolar) as dificuldades sociais estão muitas vezes associadas a competências de conversação empobrecidas, o que consequentemente se relaciona com a elevada rejeição de pares. Os pais e professores podem promover competências de diálogo, melhorando as competências sociais da criança/jovem. Alguns exemplos destas atividades segundo a literatura podem passar por apresentar-se, ouvir e esperar para falar, perguntar sobre os sentimentos de outra criança, sugerir uma ideia, mostrar interesse, elogiar, pedir desculpa, convidar para brincar.


Lembre-se que tem um papel importante na modelação da aprendizagem da criança, estimule as suas competência e impacte de forma positiva o seu presente e futuro.


Estamos aqui, na PSIKIKA, para o ajudar.

91 425 07 10



 

Um até já PSIKIKO,

BB.



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