Esquizofrenia: sinais de alerta e intervenção
- Psikika

- 18 de ago.
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Nos últimos anos, a saúde mental tem vindo a ter um lugar de destaque nas conversas do quotidiano. Sabemos que, com o aumento da procura de esclarecimento e a curiosidade sobre o tema, torna-se imprescindível a partilha de informação de forma esclarecedora, com base fidedigna, assente em investigação cientifica, de modo a combater a desinformação. As perturbações mentais têm um impacto muito significativo, não só na vida do sujeito como na daqueles que o rodeiam, nesse sentido torna-se essencial desmistificar a perturbação, explicando-a de um modo claro, considerando a sua origem, formas de manifestação e possíveis intervenções ou estratégias a adotar.
Existem diversas perturbações mentais, contudo neste texto iremos fornecer um pequeno resumo sobre a esquizofrenia, compreendendo as suas características e especificidades.
A esquizofrenia é uma doença psiquiátrica, crónica que se caracteriza por uma alteração no funcionamento cerebral que afeta o pensamento, a perceção, o comportamento, as emoções, afetos e interação social tendo um impacto significativo na vida do sujeito. O aparecimento é mais precoce em indivíduos do sexo masculino (entre os 15 anos e os 25 anos) do que do sexo feminino (entre os 25anos e os 30 anos), afetando cerca de 1% da população mundial.

São apontadas diversas causas no que se refere à esquizofrenia, nomeadamente a influência genética (existindo uma maior probabilidade de desenvolver a patologia se já tiver sido diagnosticada em familiares de 1 ou 2 grau); alterações neurológicas, um desequilíbrio químico a nível cerebral que afeta a produção de substâncias que permitem a comunicação entre as diferentes áreas do cérebro. Com base em estudos neuroimagiológicos foi ainda possível observar diferenças na estrutura cerebral de doentes com esquizofrenia, estima-se que essas alterações possam ocorrer durante o desenvolvimento do cérebro e manifestar-se apenas na puberdade; fatores ambientais como a exposição ao stress ou exposição a drogas, nomeadamente o consumo de canabinóides.
Os sintomas de esquizofrenia são muito diversos e complexos e, de um modo geral, traduzem uma perda de contacto com a realidade. Podem ser calssificados como sintomas positivos ou sintomas negativos.
Sintomas positivos:
Alterações do pensamento: Delírio- crenças em ideias falsas e bizarras, por exemplo, acreditar que estão em perigo e que existe alguém que os persegue ou quer fazer mal;
Alterações da perceção: Alucinações - podem afetar qualquer sentido, sendo as mais comum as auditivas, como por exemplo ouvir vozes;
Alterações do discurso: por norma, possuem dificuldade em organizar os pensamentos enquanto falam ou em manter-se focados no que estão a dizer. Dificuldade em manter um diálogo.
Alterações do comportamento: as pessoas que sofrem de esquizofrenia podem apresentar um comportamento diferente do habitual e, muitas vezes, inapropriado para a situação social em que se encontram. Isso pode incluir agitação sem causa aparente, dificuldade em cumprir instruções etc. Em alguns casos, podem começar a limitar os seus movimentos ou mesmo a parar completamente de se mexer.
Sintomas negativos:
Dificuldades nas relações interpessoais: pode haver uma alteração no comportamento social, comparativamente a uma fase anterior ao aparecimento da doença. Alguns sujeitos começam a evitar o contacto visual, a deixar de mostrar emoções e a isolar-se socialmente;
Motivação: desinteresse e desmotivação na maioria das atividades, incluindo as de vida diária;
Capacidade de experienciar o prazer: os doentes com esquizofrenia mostram, muitas vezes, incapacidade de sentir prazer;
Raciocínio lógico e na atenção: podem perder algumas destas capacidades nomeadamente o planeamento e organização, causando uma disfunção cognitiva e um progressivo isolamento social com impacto funcional significativo.
Importa salientar que os sintomas podem variar de pessoa para pessoa, assim como o tipo de manifestação e a gravidade dos mesmos, tendo cada sujeito o seu quadro clínico.

O diagnóstico
O tratamento da esquizofrenia passa primeiramente pelo acompanhamento psiquiátrico, o recurso a farmacologia (normalmente antipsicótica) é variada e essencial à redução dos sintomas incapacitantes, sendo a fase inicial de grande adaptação e descoberta de modo a compreender o que se revela mais adequado para aquele indivíduo. De salientar que o paciente nunca deve interromper ou parar a terapêutica sem indicação médica, uma vez que os efeitos adversos são bastante intensos.
A psicoterapia é sempre fundamental nos pacientes, sobretudo se já estiverem numa fase estabilizada, ajudando-os a reintegrarem-se nas suas atividades diárias e conseguirem adquirir um conjunto de estratégias e conhecimento interno que lhes permita alcançar bem-estar fisico e psicológico.
Estamos aqui, na PSIKIKA, para o ajudar.
91 425 07 10
Um até já PSIKIKO,
BB.




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