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Autoestima ao longo da vida: sinais de alerta e estratégias a utilizar

Primeiramente seria útil compreendermos o conceito de autoestima. Segundo aponta a literatura, autoestima  é o valor e aceitação dado a cada pessoa por sí mesma. Baseia-se em crenças e opiniões do próprio, que se expressa em conceitos como autovalorização, autoconhecimento, autoconfiança. Estes conceitos influenciam o modo como nos comportamos, agimos e pensamentos diáriamente e têm impacto direto na saúde fisica e psicológica do indivíduo.


CRIANÇAS

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Autoestima na infância

Para que a criança possa desenvolver a sua autoestima é necessário que o ambiente que a rodeia seja munido de afeto, para que o possa aprender e transmitir posteriormente ao outro. Uma criança que se sente amada e valorizada pelo outro desenvolve em sí sentimentos construtivos de valor pessoal que a permitiram estabelecer relações interpessoais positivas ao longo do seu desenvolvimento.


Sinais de alerta:

  • Verbalizações negativas sobre si mesmas: “Não consigo”, “não sou capaz”;

  • Mudanças de humor frequentes: choro, explosões de raiva, silêncios;

  • Criticismo exagerado para consigo própria, geralmente negativo “isto não está bom, deveria ter feito melhor”;

  • Dificuldade em realizar tarefas escolares, associado a crença de incapacidade ou insuficiência;

  • Dificuldade em estabelecer ou manter relações sociais satisfatórias;


Considerando os sinais de alerta mencionados, como podem os adultos ajudar a melhorar a autoestima da criança, considerando investigações na área da parentalidade, eis algumas sugestões de estratégias para promoção da autoestima na criança:


  • Promova o autodiálogo positivo - seja um modelo para a criança;

  • Evite a comparação com outras crianças;

  • Converse sobre sentimentos;

  • Valorize o esforço, mais do que o resultado;

  • Promova a exploração e descoberta;

  • Ensine a encarar o erro como forma de aprendizagem e não como impossibilidade de retorno;

  • Estabeleça limites claros e consistentes, com respeito pela criança.


ADOLESCENTES

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Quando determinadas questões acabam por se tornar demasiado expressivas e não são acompanhadas a nível familiar e sobretudo intervencionadas do ponto de vista psicológico, acabam por se manter ao longo do percurso de desenvolvimento.

Por esse motivo, durante o período da adolescência surgem outros comportamentos (além dos mencionados na infância) preocupantes:

  • Baixo rendimento escolar

  • Agressividade e irritabilidade

  • Revelam cansaço, insatisfação e insegurança;

  • Sentem-se incompreendidos, abandonados e rejeitados

  • Desistem perante tarefas mais complexas e trabalhosas;

  • Isolam-se, sentem falta de ânimo, desmotivação e dificuldade de concentração;

  • Tendem a culpar os outros ou as situações pelos próprios erros;

  • Podem apresentar queixas somáticas: dores de cabeça, dores de barriga, dificuldades ao nível do sono, alterações no apetite;

  • Geralmente não gostam do seu aspeto físico (peso, imagem), revelando desagrado para com o próprio corpo;

  • Desvalorizam-se em relação ao outro acreditando ser inferiores;


Considerando a maturidade cognitiva e emocional do adolescente e os recursos de que dispõe, a intervenção e estratégias de promoção são também diferentes, nesse sentido seria importante:

  • Promover o autocuidado como hábitos de higiene, alimentação equilibrada e atividade física regular são importantes na construção de uma autoimagem corporal mais positiva;

  • Estimular relações positivas, através do incentivo de relações de amizade e familiares positivas e seguras, promova a comunicação livre o respeito mútuo e a empatia;

  • Definir metas realistas, permitindo assim o desenvolvimento do sentido de propósito e de realização; Defina pequenos objetivos, o sucesso gradual constribui para uma melhor autoestima;

  • Encorajar a autoexpressão, ao encorajar a expressão livre (arte, dança, música), permitimos ao jovem um maior conhecimento sobre os seus gostos e talentos, ajudando a construir uma base de autoconhecimento e autoaceitação essenciais ao desenvolvimento da autoestima;

  • Desenvolva um diálogo interno positivo, a forma como falamos connosco desempenha um papel fundamental no modo como nos sentimos. Para isso é necessário identificar os pensamentos destrutivos e de inferioridade e posteriormente substituí-los por outros mais positivos;

  • Celebrar as conquistas é essencial, por mais pequenas que sejam. Os elogios e o reconhecimento incentivam a continuidade do esforço e o desenvolvimento da autoconfiança;


ADULTOS

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Contudo, nem só as crianças e adolescentes podem revelar baixa autoestima. Também os adultos podem experienciar baixa autoestima impactando diversas áreas da sua vida, alguns sinais de alerta em adultos:


  • Necessidade de agradar ao outro para se sentir aceite, mesmo que signifique sacrificar as suas necessidades;

  • Comportamentos autodestrutivos e autosabotagem que prejudicam o próprio sucesso e bem-estar;

  • Evitamento de desafios por medo de fracassar, evitamento do erro

  • Sentimento de insuficiência, incapacidade e desvalorização persistente e constante

  • Comparação excessiva com o outro (depreciativa para consigo mesmo)

  • Dificuldade em aceitar elogios, surgindo sentimentos de desconforto e descrença perante o que foi dito;

  • Ansiedade constante sobre a opinião do outro sobre si;

  • Dificuldade em priorizar-se;

  • Evitamento de situações sociais por medo de não ser valorizado ou aceite no grupo;

  • Dependência excessiva do outro, sobretudo a nível emocional;



Neste sentido e à semelhança do que referimos anteriormente para as restantes faixas etárias, seria importante compreender algumas estratégias de promoção de autoestima na idade adulta:

  • Identificar e atenuar pensamentos negativos, considere formas de identificar e substituir sentimentos de dúvida, descrença e insuficiência;

  • Celebrar as conquistas pessoais;

  • Praticar o autocuidado – cuide da sua aparência, alimentação higiene, sono, exercício físico;

  • Praticar a autocompaixão, seja gentil, compreensivo e tolerante consigo mesmo. Pense como trataria um amigo próximo numa situação semelhante;

  • Seja assertivo na forma como comunica, comunique de forma clara e direta sem ser agressivo ou passivo, a sua opinião é tão válida como a de qualquer outra pessoa. Comunicar de modo assertivo permite que se defenda  a sí e aos seus direitos, que sejam expressos os seus pensamentos e sentimentos de uma forma respeitosa e segura.

  • Cultive relações saudáveis, as pessoas que o rodeio e o discurso das mesmas influencia a forma como se vê a si e ao mundo, visto que somos o somatório das nossas experiências relações e contexto de vida atual;

  • Peça ajuda quando necessário, a psicoterapia pode ser uma ferramenta valiosa para ajudar a lidar com questões emocionais e a desenvolver a autoestima e autoconfiança.


Independentemente da idade em que são detetados os sinais de alerta é importante compreender que a autoestima pode sofrer alterações ao longo do nosso desenvolvimento, uma vez que é influenciada por um conjunto de variáveis. No entanto, quanto mais robusta for, melhor será a capacidade de adaptação do sujeito a novas situações.

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É ainda importante ressalvar que a baixa autoestima pode estar associada a um conjunto de comportamentos internalizantes (como é o caso da depressão e ansiedade) e externalizantes (como questões de comportamento, nomeadamente a agressividade), entre outras questões emocionais e até fisicas (como ocorre em casos de somatização) com impacto significativo na vida do individuo. Por esse motivo, é recomendada a psicoterapia como forma de desenvolver um plano de intervenção adaptado ao sujeito (independentemente da faixa etária) considerando todo o seu meio envolvente, características pessoais e recursos disponíveis, como forma de potenciar o seu bem-estar geral.


Estamos aqui, na PSIKIKA, para o ajudar.

91 425 07 10




Um até já PSIKIKO,

BB.



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