
Quando a culpa é sentirmo-nos culpados.
Uma culpa transformadora através da culpabilidade.
Sem nome. Sem tempo. Sem espaço.
Sem objecto. Sem rosto. Sem representação.
Apenas culpa.
De dentro.
E, para fora.
A culpa.
A culpa…
Nasce por dentro e,
Vem para fora.
Está em tudo o que existe, mas também no que existimos.
Uma vergonha alheia.
Uma dor onde tudo cabe, sucede e advém.
Um assombro que dá medo.
Uma luta.
Um caminho tortuoso.

Na culpa,
Quando se perde o afecto.
(Re)caem as lágrimas.
Porque quem perde o afecto
Abre a porta para a verdade,
A que nunca o teve.
E, por medo de o ter e, - perder… ama sem ser amado, e castiga-se para se ser
olhado.
Porque uma coisa é perder quem se ama, outra é perder o amor de quem
amamos.
E nisto.. Há sempre uma perda. Que fica. Que doí. Que culpabiliza a
culpabilidade de quem é culpado sem ter culpa.
A Culpabilidade cresce da Culpa. No adulto, as vicissitudes da agressividade decorrentes da frustração, a ambivalência de sentimentos contraditórios em relação ao mesmo objecto, o medo da retaliação, geram uma enorme ansiedade, que é considerada de tipo depressiva, cujo núcleo central é a culpabilidade. Marcada pelo medo da perda do amor do objecto, isto é, do outro. Quando a ansiedade é muito intensa a pessoa tem medo da perda do próprio outro e fica exposta a sentimentos de desamparo e abandono – onde teme perder-se a si próprio - MEA CULPA – Depressão narcísica.
Ocorre de dentro para fora e pode originar muito sofrimento, sobretudo porque sem que a pessoa se aperceba está a repetir outros sofrimentos vividos outrora, em idade precoce.
Caso estes sentimentos sejam recorrentes, procure libertar-se. Procure um terapeuta que o/a possa auxiliar nesta (des)culpabilização através do reforço do seu próprio eu. Na nossa clínica pode realizar este caminho, nunca sozinho.
Saudações Psikikas
V.
Legenda:
Primeira pintura: Mea Culpa, 2015 by Alexis Guin
Segunda pintura: Anjo, 1998 by Paula Rego
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