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Onde ficam os pais durante a adolescência?

A adolescência é uma fase de transição entre a infância e a idade adulta, na qual os adolescentes se deparam com desafios psicossociais face à intimidade, autonomia, sexualidade e identidade. Durante esta etapa verificam-se grandes alterações, como a conquista de maior autonomia associada ao afastamento dos pais, a extensão das relações sociais pela aproximação aos pares e a construção de uma identidade própria acompanhada de instabilidades e crises de identidade.


Assim, a adolescência é uma fase crucial do desenvolvimento, tendo a individuação como uma das suas principais missões, isto é, a conciliação entre ganhar alguma autonomia dos pais e manter a proximidade emocional com a família.



Esta proximidade emocional sentida com os pais advém da relação de vinculação estabelecida, isto é, a primeira ligação afetiva entre bebé e figura cuidadora, a qual tem grande impacto no desenvolvimento emocional, cognitivo e social da criança. Esta ligação tem tendência a preservar-se até à idade adulta, servindo de molde para futuras interações e influenciando a qualidade das relações estabelecidas na adolescência.


A qualidade de vinculação tem como extremos a segurança e insegurança, sendo que a vinculação segura melhora a saúde mental e o ajustamento social e associa-se à autonomia dos indivíduos e a vinculação insegura constitui-se como fator de vulnerabilidade e associa-se a psicopatologias e à insegurança sentida.


Desta relação de vinculação resultam modelos de funcionamento internos que derivam do suporte e confiança transmitidos pelos cuidadores e resultam num sentimento de autovalorização. Assim, a relação de vinculação e respetivos modelos internos servem como organizadores de expectativas para relações futuras, estando presentes nas relações com os pares.


No decorrer da adolescência, as relações de vinculação vão perdendo o seu foco nos cuidadores, ainda que estes continuem a ser um “porto seguro”, e expandem-se aos pares, que desempenham a função de fonte de apoio emocional e conforto. Este apoio proveniente das amizades durante a adolescência pode ser benéfico quando o adolescente se sente aceite e estimado ou, contrariamente, como lesivo.


Nesta etapa, percebe-se o grande impacto que as relações com os pais têm nas seguintes, especialmente na abertura ao estabelecimento de relação com os pares. Outro grande impacto prende-se com a autoestima, que se encontra especialmente associada ao desenvolvimento psicossocial, resultado de relações vinculativas significativas, e posterior influência dos pares.



Saudações Psikikas.

C.T.

 

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