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Violência Doméstica Impacto na Criança

Foto do escritor: PsikikaPsikika

A violência é definida como “um comportamento violento continuado ou um padrão de controlo coercivo exercido, directa ou indirectamente, sobre qualquer pessoa que habite no mesmo agregado familiar ou que, mesmo não co-habitando, seja companheiro, ex-companheiro ou familiar. Este padrão de comportamento violento continuado resulta, a curto ou médio prazo, em danos físicos, sexuais, emocionais, psicológicos, imposição de isolamento social ou privação económica da vítima, visa dominá-la, fazê-la sentir-se subordinada, incompetente, sem valor ou fazê-la viver num clima de medo permanente”. 


Existem diversos tipos de violência a emocional ou psicológica, intimidação coação e ameaça, violência física, isolamento social, abuso económico, violência sexual atualmente em Portugal é considerado um crime público, sendo ressalvado que em casos de violência doméstica pode ocorrer mais do que um tipo de violência.


Ao longo dos tempos, tem sido tema de interesse na literatura a compreensão do impacto da violência não só na vítima como em todos os elementos que de algum modo a testemunham, nomeadamente as crianças. Segundo aponta a investigação, crianças expostas a violência doméstica podem exibir sintomas associados a trauma prevendo-se um risco elevado de desenvolver perturbação de Stress-Pós-traumático, podendo esta sintomatologia persistir ao longo da vida do sujeito, ocorrendo em maior número em crianças mais novas.


Adicionalmente a literatura aponta características parentais como baixo nível educacional, baixo estatuto socioecónomico, família monoparental, dificuldades psicológicas bem como estilos de vinculação insegura como os principais fatores de risco para a experiência de violência doméstica. Os mesmos autores reforçam ainda a associação da violência a que a criança é exposta a consequências negativas a curto e longo prazo que afetam diversas áreas do funcionamento cognitivo, fisico, psicológico e comportamental com impacto no seu desenvolvimento.


Neste sentido, diversos estudos desenvolvidos focaram o seu objetivo na compreensão mais aprofundada das consequências emergentes da exposição a violência, compreendendo diferenças de manifestação em função do género, sendo possível constatar que no caso dos rapazes se observa uma preponderância de problemas externalizantes, nomeadamente problemas de comportamento como é o caso da agressividade, já no que diz respeito às raparigas compreenderam que os problemas observados são maioritariamente internalizantes como a ansiedade e a depressão.


Após a consideração de diversas fontes de literatura, os investigadores referem-se às crianças como vítimas silenciosas, por diversas vezes as agressões não serem a sí direcionadas, mas por a testemunharem entre as figuras conjugais/parentais, podendo inclusivamente considerar-se uma forma de maus-tratos psicológicos. Segundo os autores, apesar da tentativa de proteção perante a violência, as crianças acabam por ver, ouvir e por vezes intervir nos episódios, concluindo que a exposição a estes conflitos pode estar associada a problemas psicológicos emocionais, sociais e académicos.




Do ponto de vista da intervenção psicossocial a literatura indica diversas abordagens nomeadamente ludoterapia onde o brincar assume um papel importantíssimo ao nível da expressão das emoções e do desenvolvimento de uma melhor autoregulação por parte da criança; intervenção familiar através da implementação de programas focados na melhoria do relacionamento pais-criança através do treino parental, algumas das componentes mais frequentemente utilizadas passam pela educação parental, terapia de casal, aquisição de competências de comunicação, coaching e suporte emocional para os pais e criança.


Assim, considerando o impacto que pode deter nas diversas áreas de vida do indivíduo, seria imprescindível a adequação de recursos disponibilizados inclusivamente a níveis psicológico e social, devendo a intervenção ocorrer de modo mais precoce possível, como forma de minorar os efeitos a curto e longo prazo despoletados pelo trauma.



Estamos aqui, na PSIKIKA, para o ajudar.

91 425 07 10



 

Um até já PSIKIKO,

BB.


 

Referências Bibliográficas

Cohen, J. A., Mannarino, A. P., Murray, L. K., & Igelman, R. (2006). Psychosocial interventions for maltreated and violence‐exposed children. Journal of Social Issues62(4), 737-766.

Dodaj, A. (2020). Children witnessing domestic violence. Journal of Children's Services15(3), 161-174.

Kitzmann, K. M., Gaylord, N. K., Holt, A. R., & Kenny, E. D. (2003). Child witnesses to domestic violence: a meta-analytic review. Journal of consulting and clinical psychology71(2), 339.

Meltzer, H., Doos, L., Vostanis, P., Ford, T., & Goodman, R. (2009). The mental health of children who witness domestic violence. Child & Family Social Work14(4), 491-501.

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