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Perturbação Borderline da Personalidade – Adolescência

Foto do escritor: PsikikaPsikika

Ao longo da prática clínica vamo-nos deparando com um conjunto de situações e comportamentos exibidos pelas pessoas que entram no consultório. Por vezes as manifestações de sofrimento são tão obvias que não nos deixam dúvidas, procuramos apenas uma confirmação das nossas hipóteses, outras são tão subtis que não conseguimos, numa primeira instância caracterizar.



É o caso da Perturbação Borderline da Personalidade. Segundo a literatura a PBP é composta por um padrão de instabilidade que se verifica a nível afetivo com impacto na autoimagem e relações sociais. Estima-se que a sua prevalência seja de cerca de 6% da população constituindo uma maior percentagem dos doentes psiquiátricos internados. É considerada uma patologia com necessidade de acompanhamento constante cujo aparecimento dos sintomas surge no inicio da idade adulta.


Além da impulsividade e instabilidade acima referidas, os sujeitos com esta perturbação exibem geralmente um conjunto  de características ou comportamentos como é o caso de:

  • um sentimento crónico de vazio,

  • medo do abandono,

  • propensão para o uso de substâncias e comportamentos adivitivos,

  • comportamentos de automutilação,

  • sintomas de ideação paranoia transitória relacionada com stress ou

  • sintomas dissociativos graves.


De entre os comportamentos descritos, e centrando-nos nos comportamentos autolesivos, a automutilição surge como um dos tópicos mais frequentemente abordados nas sessões de psicoterapia e resultado de uma incompreensão muito grande sentida pelo paciente no seu mundo exterior. Segundo a literatura nos adolescentes “as lacerações, cortes, precipitações… podem e tem várias funções: lutar contra a angústia externalizando-a sob a forma de atos; destruir uma imagem negativa de si mesmo, e/ou castigar-se”. É frequente escutar-se em consultório “quando mais nada serve, nada mais alivia a dor e distrai a mente, temos de fazer algo, algo que nos distancie da dor que nos faça focar em algo… aí surgem os cortes”.




A ideia de que a pessoa com perturbação da personalidade não se apercebe de que tem um problema, nem sempre está correta. A pessoa apercebe-se e, muitas vezes, o facto de compreender algo que não está dentro da norma é, precisamente,  a causa do sofrimento que a faz exibir uma série de comportamentos que nos permitem a nós psicólogos diagnosticar a sua condição. Não são estranhos, tem oscilações de humor que os assustam, que os preocupam, talvez isso desenvolva as inseguranças que os fazem desenvolver a instabilidade vivenviada nas diferentes relações do dia-a-dia. Talvez seja as mudanças constantes que sentem dentro de si que os fazem ter tanto medo de perder o outro e com isso desenvolver relações fusionais, espelhadas e de dependência.


O trabalho terapêutico com estes jovens é desafiante, primeiro compreender que não estão sozinhos embora assim se tenham sentido grande parte da sua vida e conseguir estabelecer uma relação de confiança e terapêutica segura, empática e onde a escuta sem julgamento ou opinião promovem o caminho ao cuidado e ao caminho da descoberta de si mesmo. É importante ajudar a encontrar o “meio-termo”, a conseguir considerar perspetivas e não incorrer na clivagem tão habitual, adquirindo a noção de self e de valor pessoal, conseguindo potenciar os seus mecanismos mais adaptados e aprender a gerir os mais primitivos.



Estamos aqui, na PSIKIKA, para o ajudar.

91 425 07 10



 

Um até já PSIKIKO,

BB.


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