top of page
Foto do escritorPsikika

Os Desafios da Parentalidade - Do não Castigo para a aprendizagem sobre a palavra consequência



Um dos maiores desafios da parentalidade consiste na transmissão de competências como a noção de responsabilidade, a capacidade de tomada de decisão e de aprender com os erros que se afiguram imprescindíveis para que futuramente as crianças/jovens se tornem adultos independentes.


Diversos autores do ramo da parentalidade e do desenvolvimento têm explorado diversas teorias e, de acordo com o que se afigura mais adequado vamos explorar o que se entende pela aprendizagem de consequências naturais e consequências lógicas.




Primeiro o que são Consequências Naturais? É a consequência que resulta da ação da criança caso não exista interferência do adulto, por exemplo:

| Uma criança não levou o casaco, então vai ter frio.  


E as Consequências Lógicas? É uma consequência imposta pelos adultos como resultado de um comportamento inapropriado da criança e são mais eficazes se estiverem relacionadas com o comportamento negativo. Por exemplo:

| Uma criança que atira os legos contra outro é retirá-los.




Segundo revela a investigação, as consequências naturais e lógicas são adequadas a partir dos 4 anos, isto porque antes desta idade a maioria das crianças pode ainda não conseguir estabelecer a relação entre o comportamento e a consequência.  Por esse motivo, lembre-se, deve sempre considerar se a idade e nível de desenvolvimento da criança, isto é,  o adulto deve procurar compreender se o comportamento que espera da criança é adequado ao seu nível de desenvolvimento, antes de atribuir uma consequência.



Importa ressalvar que, há consequências naturais que não são seguras e, por esse motivo não podemos deixar que ocorram, como por exemplo deixar a criança colocar os dedos na tomada. Por outro lado podem ser seguras, mas não estar adequadas á etapa de desenvolvimento. Então o que devemos fazer? Nestes casos os adultos devem optar por aplicar consequências lógicas.


Um dos componentes mais importantes que deve ser tido em conta quando implementa consequências naturais e lógicas é a capacidade do adulto viver com as suas escolhas. O que significa isto? A maioria dos pais tem dificuldade em permitir que os filhos experienciem os resultados das suas ações. A superproteção acaba por prejudicar a criança, tornando-a incapaz de lidar com os problemas, lidar com a frustração e aprender com os próprios erros. Por exemplo, a criança não se levanta com o despertador, nem mesmo após o pai a ter ido chamar ao quarto, a consequência natural seria que, se a criança não se levanta então vai acabar por se atrasar e terá de ir a pé para a escola. O pai avisa-a várias vezes de que irá seguir para o trabalho, contudo, espera sempre por ela, acabando por chegar também ele atrasado ao trabalho.



Quando selecionar uma consequência esteja preparado para lhe dar seguimento, isto porque, o facto de não dar seguimento à consequência acordada fará com que a sua autoridade seja posta em causa e com que os seus filhos percam oportunidades de aprendizagem.


Como saber quando aplicar a consequência? As consequências devem ser imediatas para que a criança ou jovem consiga fazer com maior facilidade a associação causa - consequência. Quando ocorrem demasiado desfasadas no tempo, pode acontecer a criança não perceber qual das suas ações desencadeou aquela resposta.



Atenção, se o seu objetivo é praticar uma parentalidade consciente, lembre-se de falar com o seu filho antecipadamente sobre as consequências de modo a que possa pensar sobre as mesmas e saber que é responsável pela decisão que tomar. Mas com crianças surgem sempre comportamentos e situações inesperadas. Neste sentido, o que posso fazer nesses momentos?  Apesar de o ideal ser antecipar as consequências tal nem sempre é possível, nesse caso, o adulto deve dar um aviso. Por exemplo, o pai pediu ao seu filho que arrumasse os brinquedos, contudo quando chega à sala a tarefa ainda está por realizar, perante esta situação surge o aviso “pedi que arrumasses os brinquedos, se não estiverem arrumados em 10 minutos não vais poder jogar na consola amanhã”. Clarificando melhor esta situação, de uma consequência não planeada, o pai  deu um aviso ao filho, para que possa escolher como se comportar ao mesmo tempo que sabe o que esperar caso escolha não arrumar os brinquedos.


Por último e talvez o mais importante, as consequências que aplica não devem ser demasiado severas e devem conter sempre uma base de respeito. As consequências aplicadas não devem ser humilhantes nem causar dor física nem mental, lembre-se que tudo o que faz na criança de hoje terá um impacto imenso no adulto de amanhã.


Estamos aqui, na PSIKIKA, para o ajudar.

91 425 07 10



 

Um até já PSIKIKO,

BB.

Posts recentes

Ver tudo

Comments


bottom of page