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O Obsessivo-Compulsivo e o Medo da Mudança

Foto do escritor: PsikikaPsikika

Primeiramente, seria importante contextualizar o que é a Perturbação Obsessivo-Compulsiva, mais conhecida por POC, em português. Segundo aponta a literatura “as perturbações obsessivo-compulsivas caracterizam-ser por obsessões ou compulsões. A obsessões são pensamentos ou representações recorrentes e intrusivas; as compulsões são comportamentos ou atos mentais repetitivos e submetidos a regras inflexíveis.” São geralmente compreendidas pelo sujeito que as vivência como excessivas e irracionais e estão associadas a um grau de sofrimento, pela interferência nas diversas áreas de vida.



As causas que podem estar na origem da sintomatologia são múltiplas, contudo é nestes casos muito difícil sobretudo para os sujeitos identificar o momento da sua vida em que começaram a experiênciar estas alterações. De entre as diversas causas propostas as causas emocionais ou decorrentes de eventos traumáticos são as mais relatadas de entre outras, pelos clínicos.


Ao pensar e colocar-se no lugar do outro, imagine como de facto deve ser angustiante sentir que durante determinado momento da sua vida não tinha voz, não podia fazer o que gostava, não podia ser quem gostaria, nem estar com quem queria? Mais do que isto, não poder pedir ajuda porque era sinal de fraqueza ou porque não conseguia... um completo mundo de restrições que se encontram envolvidas no surgimento do caráter rígido da personalidade posteriormente desenvolvida neste tipo de pessoas.


Este mesmo indivíduo, assim que começa a dar os primeiros passos na procura da sua liberdade pode desenvolver, após tanto tempo fechado sobre si mesmo mas disponível para os outros uma necessidade imensa de controlo que irá alcançar através da rituais, listas entre outros mecanismos que lhe permitam reduzir a ansiedade face à incerteza.


Mas, neste caso, como lidam com a mudança?


As mudanças fazem parte da vida do ser humano. Será este um processo fácil para as pessoas com POC? A verdade é que uma simples (mesmo que complexa) mudança de casa, rotina, trabalho, ou país pode criar e originar uma avalanche de sensações. Quando são questionados ou confrontados a desorganização transparece de imediato. Ficam mais tensos, ausentam-se nos seus pensamentos, começam a elaborar dentro da sua mente um conjunto de estratégias e planos, muitos planos de A a Z de modo a uma maior necessidade de controlo, certificação e percepção do que necessitam. Todavia, quando algo sai fora do plano ficam  muito desorganizados, emocionalmente instáveis, podem ficar paralisados, podem desregular-se fisíca e emocionalmente. É um momento que pode ser extremamente desgastante e desafiador pautado por ansiedade quer para o próprio como também para os que acompanham diariamente uma pessoa que vive com POC.


Alguns conseguem verbalizar as suas ruminações e obsessões, outros mantêm-nas na sua” caixinha” o que torna consideravelmente mais difícil a intervenção. Os pacientes que verbalizam acabam por se ir confrontando consigo mesmos, partilhando, ainda que de uma forma inconsciente, a exposição do problema e a consideração de perspectivas (ainda que na maioria das vezes sejam ouvidas e não escutadas). Sugere-se sempre que aqueles que ainda não o fazem, consigam com ajuda especializada como a terapia, através de uma escuta ativa e num espaço seguro ser desenvolvida a sua capacidade de lidar com estes pensamentos e momentos tão dolorosos.



A frase que mais rapidamente é interiorizada e utilizada como âncora em momentos de maior fragilidade é “respira fundo e desliga o complicómetro” mas isto não chega! Já imaginou se estivesse com imensa dor fisíca e lhe dissessem isso?


É necessário compreender que a empatia nestes momentos é extremamente necessária.


“ Ás vezes só precisava que me ouvissem, mas não... todos querem dar soluções, eu já sei as soluções, todas as hipóteses de soluções já foram estudadas na minha cabeça”.



Numa fase mais avançada do processo terapêutico, é sobretudo disso que necessitam, alguém que os escute e ajude a pensar sobre o problema, perceberem qual a origem e função destes comportamentos. Conseguem pensar de um ponto de vista mais amplo, mas para isso é necessário trabalharem na sua história, nos seus traumas, medos, histórias, as suas emoções.


Apesar de tudo, quando vem a mudança, parece que se regride … que se instala o medo... por vezes, não regrediram, foram só uns instantes em que é necessário conhecer-se bem.



Estamos aqui, na PSIKIKA, para o ajudar.

91 425 07 10



 

Um até já PSIKIKO,

BB.

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