Já pensou no impacto dos dispositivos digitais na mente do seu filho/a?
- Psikika

- 28 de jul.
- 4 min de leitura
O recurso a dispositivos digitais como telemóvel, tablet, computador e televisão tornou-se parte do nosso dia a dia, estando a sua utilização disseminada por todas as faixas etárias.

Na “Era da Tecnologia “ a introdução destes dispositivos ocorre de um modo cada vez mais precoce na vida das crianças, o que tem gerado grande preocupação entre os especialistas e investigadores na área do desenvolvimento infantil e os impactos negativos que o uso excessivo pode ter.
Segundo diversas investigações o recurso excessivo de dispositivos digitais tem impacto significativo na saúde física, nomeadamente nas alterações ao nível da postura e visão. É sabido que a luz emitida pelos ecrãs também podem afetar o sono, interferindo com o ritmo circadiano prejudicando a qualidade do descanso da criança e tendo consequentemente impacto no seu dia a dia .
Além das consequências físicas, o uso excessivo de ecrãs pode afetar o desenvolvimento cognitivo e social das crianças. A interação social face a face é crucial para o desenvolvimento de competências de comunicação, como a capacidade de aprender a ler expressões faciais e gestos, importantes componentes de comunicação não verbal, imprescindíveis para a construção de relacionamentos interpessoais e de regulação emocional.

Ainda no que se refere a nível cognitivo os estudos apontam que o excesso de ecrãs pode impactar a capacidade de atenção e concentração das crianças, isto porque a exposição a diversos estímulos e a mudança frequente de atividades comuns nos vídeos, jogos e até nas redes sociais, podem interferir com o tempo de foco por períodos mais prolongados, essencial na promoção e desenvolvimento de competências escolares. Mediante a rápida apresentação de estímulos e respostas as crianças tendem assim, a ter oportunidades mais reduzidas de tempo que potencie o pensamento lógico, profundo bem como o desenvolvimento da criatividade.
O uso excessivo pode também revelar um aumento da irritabilidade e impaciência, na medida em que a apresentação de estímulos rápidos e constantes promovem a impulsividade, bem como uma maior dificuldade em gerir a frustração, o que se pode refletir em comportamentos de desobediência ou agressividade quando não obtém o que solicitam no imediato.

Outra consequência que decorre de tempo de ecrã excessivo é a tendência para a diminuição da atividade física, as crianças deixam de interagir fisicamente com outros, o que pode levar ao isolamento social, sedentarismo e alterações no comportamento emocional e social.
A nível emocional, o uso excessivo de ecrãs pode afetar a capacidade das crianças gerirem as suas emoções de forma adequada. Ao passar muito tempo em ambientes digitais, onde as interações são muitas vezes superficiais ou distorcidas, as crianças podem experienciar uma maior dificuldade em expressar e compreender as suas próprias emoções, assim como em lidar com os sentimentos dos outros, impactando a relação que estabelece com o outro e consigo mesma.

O aumento da dependência digital é também um importante fator a considerar, na medida em que quanto maior o nível de exposição, maior a necessidade de estar constantemente conectadas, o que pode afetar negativamente outros aspetos da vida, como a escola, as relações familiares e as atividades ao ar livre.
Assim, de um modo o uso excessivo de ecrãs tem um impacto negativo no comportamento das crianças, podendo afetar a sua capacidade de aprender, interagir socialmente e regular as suas emoções. Para mitigar esses efeitos, é fundamental estabelecer limites de tempo para o uso de dispositivos digitais, promovendo atividades físicas, brincadeiras ao ar livre e interação social real, de forma a garantir um desenvolvimento saudável. Além disso, é importante que os pais sejam vistos como modelos de comportamento, gerindo também o próprio tempo de ecrã, garantindo que a convivência familiar não seja prejudicada pela tecnologia.
Nesse sentido deixamos algumas recomendações relativas a tempo de ecrã, ajustados a faixa etária da criança, que pode ajudá-lo a compreender e avaliar o panorama atual.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS):
Menores de 1 ano: Não é recomendado o uso de ecrãs.
1 a 2 anos: Limitar a interação com ecrãs, permitindo apenas videochamadas com pessoas significativas.
2 a 4 anos: Não exceder 1 hora por dia de uso de ecrãs, preferencialmente com conteúdo educativo e supervisionado por um adulto.
3 a 4 anos: Limitar o tempo de inatividade com ecrãs a 1 hora diária, incentivando atividades físicas e brincadeiras.
Sociedade Portuguesa de Neuropediatria:
Até 3 anos: Evitar o uso de ecrãs, exceto para videochamadas. A televisão pode ser utilizada por até 30 minutos diários, na presença de um adulto e com conteúdo adequado.
4 a 6 anos: Limitar a 30 minutos diários de programação de alta qualidade, assistida por um adulto que ajude a contextualizar o conteúdo.
7 a 11 anos: Até 1 hora diária de uso de ecrãs, com supervisão de conteúdo e horários.
12 a 15 anos: Até 2 horas diárias, garantindo que o uso não interfira em outras atividades essenciais.
16 a 18 anos: Até 3 horas diárias, mantendo o equilíbrio com outras responsabilidades e atividades.

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BB.




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