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Emoções? - Como ajudar as Crianças a geri-las?

Todos nós já passamos por situações que nos colocaram a prova, em que as emoções levaram a melhor e o descontrolo assumiu as rédeas da situação. Se como adulto, se sente frustrado nestas situações e tem dificuldade em compreender o que está a sentir, imagine uma criança, cujo cérebro ainda está em desenvolvimento e cujas respostas fisiológicas e emocionais são tão intensas como desconhecidas. É por isso que o adulto é tão importante, a sua ação modeladora e de co-regulação é imprescindível para a criança aprender a lidar com os seus sentimentos e emoções.


Primeiro é importante compreender o que são emoções: “são respostas a estímulos os situações que afetam profundamente uma pessoa“. Importa reconhecer que a sua expressão ocorre em três níveis: 1- respostas fisiológicas como a alteração do ritmo cardíaco e da respiração; 2- nível motor ou comportamental como chorar, abandonar o local; 3- expressão por palavras, ou seja o recurso à linguagem para explicar sentimentos.


É cada vez mais frequente a referência a questões emocionais e de saúde mental no nosso quotidiano e termos como inteligência emocional e regulação emocional estão mais presentes nas pesquisas da atualidade. A verdade é que, também como resultado da

agitação da vida moderna, sente-se cada vez mais a necessidade de se compreender melhor a si próprio como forma de alcançar uma melhor sensação de bem estar.



Afinal o que é a regulação emocional? Segundo aponta a literatura é a capacidade do sujeito de controlar as suas reações emocionais, quando colocado em situações que o podem provocar. Contudo, tal como diversas funções que ocorrem ao longo do desenvolvimento ( como aquisição da linguagem, desenvolvimento motor, controlo dos esfíncteres), também a regulação ou gestão emocional tem de ser aprendida.


Então, o que influencia esta aprendizagem? Os estudos realizados indicam a existência de pelo menos três processos: 1- a maturação neurológica, isto é, o desenvolvimento e amadurecimento do sistema nervoso permite a formação das ligações e estruturas neuronais necessárias para o controlo emocional; 2- o temperamento e nível de desenvolvimento, o primeiro é uma caracteristica presente desde o nascimento e que influencia a forma como a criança vai gerir e reagir a novas situações, já no que respeita ao nível de desenvolvimento, devemos ter em mente que uma criança de 3 anos não tem a mesma capacidade e estrutura emocional que uma criança de 6 ou 8 anos, sendo necessário considerar a idade da criança ao tipo de reação esperada bem como o tipo de apoio a prestar; 3 - Suporte parental e apoio do meio envolvente – a forma como os pais falam e comunicam sentimentos, bem como o modo como é a vivência diária no ambiente familiar (seguro ou instável) permite modelar a forma de expressar e gerir sentimentos e emoções.


Existem algumas formas de ajudar a criança: Assegure estabilidade e consistência em casa – Limites consistentes, regras claras, rotinas previsíveis e adequadas ao desenvolvimento. Quando a criança tem estabilidade, desenvolve mecanismos emocionais para lidar com situações imprevisíveis; Aceite a emotividade do seu filho- os chamados Breakdowns ou explosões emocionais não são intencionais e são necessárias ao desenvolvimento da criança, é através da conexão adulto-criança e da nomeação da emoção que vai ajudar a criança a identificar o descontrolo emocional em que se encontra bem como o seu motivo; Fale sobre os seus sentimentos e emoções – inclua no seu dia a dia linguagem relativa aos sentimentos e emoções, ao utiliza-la com regularidade para dar expressão aos seus estados emocionais ou aos estados emocionais

dos outros. Deste modo está a proporcionar o desenvolvimento de mecanismos de regulação emocional na criança, através da identificação de emoções e verbalização dos

sentimentos.


Estudos recentes revelam que pais que tendem a intelectualizar ou que recorrem ao evitamento das experiências emocionais podem, ainda que de modo inconsciente, incentivar as crianças a reprimir os seus sentimentos. O que, a longo prazo pode estar associado a um conjunto de problemas de internalização com impacto no seu bem estar geral.


Por esse motivo é importante que incentive a criança a falar sobre os seus sentimentos e sobretudo que ela compreenda que todos os sentimentos são aceitáveis, uns são agradáveis e fazem-nos sentir bem, outros magoam-nos. Contudo não há sentimentos bons ou maus, todos são necessários.

É muito importante que a criança consiga compreender o que está a sentir e como pode lidar com sentimentos mais intensos, sobretudo quando tem de resolver problemas. Por vezes, o seu nível de ativação é tão elevado que não consegue pensar em formas adaptadas de responder. Nesses momentos promova o auto-diálogo positivo como “respira, tem calma”, “tu consegues fazer isto”, “não faz mal errar, ninguém é perfeito, vamos tentar de novo”, leia os sinais da criança conjugue se necessário com técnicas de relaxamento ( pode fazê-lo antes do auto-diálogo positivo que prepara para a resolução de problemas).


Tenha presente que já passou por todas estas fases e que necessitou de apoio e alguém que lhe ensinasse a gerir as suas emoções. Caso sinta que não é verdade e que acabou por ter de o fazer sozinho, pense como isso o fez sentir, reflita como pode recorrer à sua experiência para fazer diferente e ensinar o seu filho de uma forma consciente e adaptada.


Estamos aqui, na PSIKIKA, para o ajudar.


Um até já PSIKIKO,

BB.

 



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